Jongo

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Présentation du Groupe Michel Tannus Caxambu à Porciúncula.

Le jongo ou samba-jongo[1], également connu sous le nom de caxambu et corimá[2] (ou encore tambu, batuque ou tambor[3]), est une danse brésilienne d'origine africaine qui se pratique au son des tambours, principalement le caxambu. De tradition essentiellement rurale, il fait partie de la culture afro-brésilienne. Il a eu une influence puissante sur la formation de la samba urbaine de Rio en particulier, et sur la culture populaire brésilienne dans son ensemble.

Le jongo est une manifestation culturelle afro-brésilienne qui acquiert les caractéristiques de la communauté qui l'héberge. En ce sens, l'institut national brésilien du patrimoine artistique et historique (IPHAN) a distingué et caractérisé 8 communautés jongueiras dans l'État de Rio de Janeiro : Jongo da Serrinha, Valença, Barra do Piraí, Miracema, Pinheiral, Santo Antônio de Pádua, Bracuí et Mambucaba. Dans l'État de São Paulo, les communautés Guaratinguetá, Cunha, Piquete, São Luís do Paraitinga, Lagoinha et Jongo Dito Ribeiro ont été identifiées. À Espírito Santo, seules ont été identifiées São Mateus et Conceição da Barra[4].

Le mot « jongo » vient du terme kimbundu jihungu[5].

Notes et références[modifier | modifier le code]

  1. (pt) Cláudia Neiva de Matos, « Gêneros na canção popular: os casos do samba e do samba-canção », Artcultura, Uberlândia, Universidade Federal de Uberlândia, vol. 15, no 27,‎ , p. 121-132 (lire en ligne).
  2. Ferreira 1986, p. 375.
  3. IPHAN 2005, p. 14.
  4. IPHAN 2005, p. 13.
  5. Ferreira 1986, p. 990.

Annexes[modifier | modifier le code]

Bibliographie[modifier | modifier le code]

  • (pt) Letícia C. R. Vianna (dir.), Jongo no Sudeste [« Jongo dans le Sud-Est »], vol. 5 (Dossier gouvernemental pour l'inventaire national du patrimoine), IPHAN, (lire en ligne [PDF]). Ouvrage utilisé pour la rédaction de l'article
  • (pt) A. B. H. Ferreira, Novo dicionário da língua portuguesa, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, , p. 375. Ouvrage utilisé pour la rédaction de l'article.
  • (pt) Edison Carneiro, « Samba de umbigada », dans Folguedos Tradicionais, Rio de Janeiro, Funarte/INF, 1982.
  • (pt) Paulo Dias, « A outra festa negra », dans István Jancsó et Iris Kantor (dir.), Festa: cultura e sociabilidade na América Portuguesa, São Paulo, Hucitec/Edusp/Fapesp/Imprensa Oficial, 2001.
  • (pt) Edir Gandra, Jongo da Serrinha, do terreiro aos palcos, Rio de Janeiro, Giorgio Gráfica e Editora/UNI-RIO, 1995.
  • (pt) Ana Maria Gouvêa et Gilberto Augusto Silva, Jongo de Piquete, um novo olhar, São Paulo, 2007.
  • (pt) Silvia Hunold Lara et Gustavo Pacheco (dir.), Memória do jongo: as gravações históricas de Stanley J. Stein, Rio de Janeiro, Folha Seca, 2007.
  • (pt) Ricardo Moreno de Melo, Tambor de Machadinha : devir e descontinuidade de uma tradição musical em Quissamã (thèse de maîtrise en musique), Rio de Janeiro, UNIRIO, 2006.
  • (en) Gustavo Pacheco, « Jongos », dans Colin Palmer (dir.), Encyclopedia of Africano-American Culture and History: The Black Experience in the Americas, New York, Macmillan, 2005.
  • (pt) Wilson Rogério Penteado Jr., Jongueiros do Tamandaré: um estudo antropológico da prática do jongo no Vale do Paraíba Paulista (Guaratinguetá-SP) (thèse de maîtrise), Campinas, UNICAMP, 2004.
  • (pt) Wilson Rogério Penteado Jr., Jongueiros do Tamandaré: devoção, memória e identidade social no ritual do jongo, São Paulo, Annablume & Fapesp, 2010.
  • (pt) Wilson Rogério Penteado Jr., Uma trilha ao intangível: olhares sobre o jongo no espetáculo da brasilidade (thèse de doctorat), Campinas, UNICAMP, 2010.
  • (pt) Carolina dos Santos Bezerra Perez, Juventude, Música e Ancestralidade no Jongo: música e Sentidos no Processo Identitário (thèse de maîtrise), São Paulo, USP, 2005.
  • (pt) Maria de Lourdes Borges Ribeiro Ribeiro, O Jongo, Rio de Janeiro, Funarte, 1984.
  • (pt) Pedro Simonard, A construção da tradição no Jongo da Serrinha: uma etnografia visual do seu processo de espetacularização (thèse de doctorat), Rio de Janeiro, UERJ, 2005.
  • (pt) Gilberto Augusto da Silva et Ana Maria de Gouvêa, Jongo de Piquete: um Novo Olhar, São Paulo, Piquete, 2007.
  • (pt) Marília T. Barboza da Silva et Arthur L. de Oliveira Filho, Silas de Oliveira: do jongo ao samba-enredo, Rio de Janeiro, Funarte, 1981.
  • (pt) Stanley J. Stein, Vassouras: um município brasileiro do café, 1850-1900, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1990.
  • (pt) Rachel Teixeira Valença et Suetônio Soares Valença, Serra, Serrinha, Serrano, o império do Samba, Rio de Janeiro, José Olympio, 1981.

Discographie[modifier | modifier le code]

  • 100% Gonça, de Caixa Preta (Rio de Janeiro, Independente, 1999).
  • Batuques do Sudeste, coll. Itaú Cultural/Documentos Sonoros Brasileiros – Acervo Cachuera!, vol. 2 (São Paulo, Associação Cultural Cachuera!/Itaú Cultural, 2000).
  • Clementina de Jesus, de Clementina de Jesus (Odeon, 1966. LP 33 1/3 rpm).
  • Daude #2, de Daude (Rio de Janeiro, Natasha, 1997).
  • Jongo do Quilombo da Fazenda São José (Rio de Janeiro, Associação Brasil Mestiço, 2004).
  • Jongo da Serrinha, de Grupo Cultural Jongo da Serrinha (Rio de Janeiro, 2002).
  • Jongos do Brasil, d'Associação Brasil Mestiço (Rio de Janeiro, 2006).
  • Quilombo, de Grupo Basam (Tapecar, s/d. LP 33 1/3 rpm).
  • Bandoleia, de Grupo Jongo de Piquete (2009).
  • Vida ao Jongo, de Grupo Cultural Jongo da Serrinha (Rio de Janeiro, 2013).

Filmographie[modifier | modifier le code]

  • Caxambu de Sá Maria, de Guilherme Fernandes (Rio de Janeiro, indépendant, 65 min).
  • Feiticeiros da palavra: o jongo do Tamandaré, de Rubens Xavier (São Paulo, Núcleo de Documentários da TV Cultura ; Associação Cultural Cachuera!, 2001, 56 min).
  • Saravá jongueiro, de Bianca Brandão, Cecília de Mendonça et Luisa Helena Pitanga (Rio de Janeiro, indépendant, 2003, 24 min).
  • Salve jongo!, de Pedro Simonard (Rio de Janeiro, indépendant, 2005, 25 min).

Liens externes[modifier | modifier le code]

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